segunda-feira, 6 de junho de 2011

"O Aleph" e "Brida"


Como o prometido é devido, aqui está a descrição de duas obras de Paulo Coelho.
A última obra do autor intitulada “O Aleph”, trata de um relato na primeira pessoa de uma viajem a uma vida passada. A história arranca quando o autor, insatisfeito com a vida, apesar de ter conquistado o seu sonho de ser um autor famoso e respeitado em todo o mundo desabafa com o seu mestre de sempre: “J.”.
Segundo o que o próprio autor diz no livro, a determinada altura sente que, parou de evoluir enquanto pessoa, ao que J. o aconselha a comprometer-se. Não interessava com o quê, apenas teria de se comprometer.
Interpretando as palavras sábias do mestre, Coelho resolve marcar apresentações, praticamente seguidas, em quase todos os países onde é editado, deixando Mónica (sua agente e impulsionadora da sua carreira enquanto escritor) sem margem de manobra para conseguir chegar a tantos países em tão pouco tempo, pois Paulo Coelho parecia irredutível da sua ideia.
Apenas teria de se comprometer – havia dito J.
Eis que, sem estabelecer qualquer limite a si próprio, o autor dá a sua palavra de honra ao agente Russo de que atravessaria a Rússia inteira de transiberiano, fazendo apresentações em todas as cidades por onde passassem.
É numa dessas apresentações que conhece Hilal. Uma jovem música, com grande sucesso no país que se recusa a arredar pé de perto daquele que, aparentemente era o seu ídolo
No entanto, Hilal revela-se muito mais do que isso, no momento em que os olhos de Paulo Coelho se cruzam com os dela, num ponto que, pela sua energia, permite que duas almas gémeas se reconheçam de uma vida passada. Este ponto designa-se “Aleph”.
Coelho reconhece Hilal, como a 5ª mulher das oito que numa vida passada havia condenado à morte na fogueira, pois eram acusadas de bruxaria e devoção ao demónio.
O livro trata de um dom que o autor afirma ter e que, já tinha falado num dos seus primeiros e maiores sucessos: “Brida”.


Em Brida, o autor faz a mesma regressão ao passado mas, segundo aquilo que interpreto da sua carreira, esconde-se atrás de uma personagem para falar aos leitores do seu Dom de regredir a vidas passadas, dom esse que acaba por admitir em O Aleph.
Brida é uma jovem estudante que, sentindo a mesma necessidade que o autor sentiu em Aleph, procura um mestre que vive isolado no meio da floresta, para lhe explicar o sentido da vida através da magia.
Porém, a primeira lição deste não foi nem um pouco clara, pois o homem apenas lhe fala da Tradição da Lua e da Tradição do Sol, deixando-a de seguida sozinha numa floresta escura. Atitude que posteriormente Brida consegue compreender.
Numa das suas muitas visitas a uma livraria especializada em livros de magia negra e bruxaria, que Brida consultava várias vezes mas nunca comprava nada pelo preço demasiado alto das obras, o livreiro indica-lhe o nome de uma mulher (Wicca) que a ajudará a iniciar-se no mundo da bruxaria, meio que a levará a encontrar-se com ela própria numa vida passada.
Estas são duas obras do autor cujas linhas rondam o mesmo tema, com a diferença de que um deles é um relato despido de preconceito em que o autor assume a sua capacidade de regressar a vidas passadas, enquanto que o outro fala da mesma maneira em reencarnação e reencontro de almas gémeas mas numa história rodeada pela ficção.
Duas obras magníficas, que nos levam a viajar por mundos impossíveis (ou não) de encontrar no nosso dia-a-dia.
Aconselho vivamente.


Boas Leituras.

Beijos, abraços e muitos palhaços.

Por: Miguel Brito de Oliveira