sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma Cadeira de Rodas ou um Ferrari para o Ricardo?

Viva maltinha. Estou de volta. Antes de mais peço desculpa pelo atraso, mas a minha capacidade de gestão do tempo tem andado um pouco em baixo. Por esse motivo, tenho andado afastado do blog.
Vamos então ao que realmente interessa.
Terça-feira passada, o pessoal resolveu aventurar-se em mais uma noite negra de terras algarvias. Escusado é dizer que a escuridão das noites é tanta, que chego todas as noites a casa de parede a parede a encalhar com as pedras da calçada, já p’ra não falar nas noites em que me engano na porta do prédio e acordo a vizinha do quinto andar às 5 da matina. Atenção, a culpa é da escuridão das noites, claro. A falta de iluminação tem destas coisas.
Ora como eu ia dizendo, lá vai o Miguel com a sua malta, vestido de ponto em branco, todo pipizinho, e com o seu atraente perfume Patcholi, tentar que uma parva qualquer caísse na minha lábia e passar uns momentos de pura confraternização. Confraternização? Bem, cada um chama-lhe o que quer.
Já a noite de terça-feira ia a meio, a cara cheia de álcool, os pés cheios de bolhas e o cérebro vazio de consciência, quando o senhor do karaoke me resolve chamar para cantar a música que lhe tinha pedido. Vai o fofinho que nem um esganado buscar o microfone e a música começa a tocar. Bem, só vos posso dizer que aquilo foi lindo. As luzes da ribalta acenderam-se sobre a minha cabeça e rapidamente uma passadeira vermelha se estendeu na minha frente. Para que eu pudesse viver o belo do momento de estrelato. A merda disto tudo é que um calhambeque qualquer emborcou-me uma cerveja por cima e eu acordei do sonho. Lá estava eu, lindo, querido, fofinho, esbelto, maravilhoso e tudo e tudo e tudo, no bar carregado de fumaça, as paredes cheias de nicotina, as solas dos sapatos coladas ao chão da langanhice de álcool derramado, beatas de cigarros e uma ou duas irritantes pastilhas elásticas que teimam sempre em ir encalhar com os meus pés. Juro que um dia ainda vou perceber porque é que eu sou o único anormal que anda sempre com uma pastilha elástica colada num dos sapatos ou todo embolado de um qualquer cagalhão que foge para baixo dos meus pés.
Prosseguindo. A música acabou e em momentos tinha um bar inteiro a aplaudir e três ou quatro macacos que nunca tinha visto em parte alguma a congratular-me pela minha belíssima prestação na música que interpretara. Foi o momento da noite, foi tão lindo, tão lindo, tão lindo, que nem me lembro do que é que fiz, vejam lá tão lindo que eu já estava. Belas carroças que se apanham na juventude. Este que aqui está não chega aos trinta, vão ver. Aim, aim, bebes que nem um zorro e depois queixas-te de cirrose e AVC’s.
Mas uma coisa me impressionou. A falta de gosto das pessoas. Como é que esta gente pode gostar de ouvir um homem bêbado cantar? É incompreensível Mas como eu também raramente me lembro do que acontece depois de duas ou três vodkas, estou-me completamente nas tintas.
E agora estão voçês a pensar: “Oh Miguel, tu és um colhoativo de primeira. P’ra contar uma história, fazes uma introdução maior que a Génesis das Escrituras Sagradas…”.
Concentrem-se mas é no texto, que muita sorte têm voçês de eu não me pôr aqui a falar dos avós dos pais dos filhos dos tios dos primos da mãe da irmã mais próxima da Eva, que por sua vez era mulher fiel do Adão, pois não havia mais nenhum. Ou não, como as mulheres são, o coitado devia ter um par de chifres do tamanho dos do Bambi…Ah, pois. Ainda não existia Walt Disney. Sorry.
Bem, indo de encontro ao que realmente interessa, Quando a noite finalmente chega ao fim, uma miúda que me tem vindo a encher os olhos, veio ter comigo ao balcão, no momento em que pedia a última jola. Aliás, aquela mulher não me enche só os olhos, enche-me o coração, o cérebro e mais umas quantas partes que agora não interessam nada. Assim é, até abrir a boca, porque a coitada é de tal maneira bruta que à primeira frase a única coisa que me enche é a paciência e o estômago. Entra-me um vómito que só me apetece por os dedos às goelas e vomitar ali mesmo. (Brincadeirinha. É uma fofa).
Em meia dúzia de palavras trocadas, fiquei a saber de pontos da vida daquela princesa que, garanto-vos, chocariam qualquer pessoa. Qualquer pessoa menos a mim. Por esta altura do campeonato, é difícil sensibilizarem-me seja lá com o que for. No entanto, reconheço, não deve ter sido fácil passar momentos como os que ela passou e que naquela noite usava como desculpa para as 6 (seis) tampas que já me tinha dado até então. Sem stress. Já me prometi a mim mesmo que ia conseguir arrecadar as tampas necessárias para ganhar uma cadeira de rodas para doar ao Ricardo.
E agora perguntam vocês novamente: “ Deves ter ficado um bocadinho magoado não fofinho?”.
Eh pah, se levarmos em conta que a minha pontaria é tanta que as únicas que me interessam a sério são aquelas que não me ligam pívia, posso-vos dizer que é no mínimo inquietante. Mas nada que não se resolva com duas ou três sessões de masturbação.
Saímos da porta do bar onde os nossos amigos nos deixaram (coitados,confiam tanto na minha capacidade de engate que até se pisgam p’ra me deixar à vontade) e rumámos à paderia noturna, onde os coitados jaziam, tal não foi a demora dos cinco minutos de privacidade que lhes pedi.
Chegando ao pé deles, reparei que estavam verdes e já com cheiro a carne putrefacta com a ponta do nariz já em decomposição. Impressionou-me o facto de, apesar da fartação daquelas pessoas lhes estar estampada na cara, um sorriso carinhoso e amigo permaneceu nos lábio de cada um e o sentido de humor permaneceu em um ou dois como se a noite ainda fosse uma criança. Escusado será dizer que quem ficou pelos cabelos foi eu, pois caso fosse eu a estar no lugar deles, estava a tourada armada. Com o feitiozinho que eu tenho haviam de ficar rasinhos, rasinhos. É por isso que amo as pessoas que se dão comigo.
Bem, curto era já o tempo de duração da madrugada, já um ou dois pardais começavam a dar os primeiros chilreios (obviamente os mais pobres, que certamente estavam prestes a levantar-se p’ra ir p’rá construção civil fazer um esforço enorme para sustentar a família e ainda suportar os cortes no subsídio de natal, décimo terceiro mês e afins e ainda mamar com a subida do IVA, da eletricidade e mais não me recordo, fruto do executivo do anterior governo PS e atual governo PSD. (só mudam as siglas, porque a ideia é toda a mesma). Enfim, não ligo muito. Sempre achei os pardais um dos animais mais anormais que existem à face da terra). Porém, longa era a minha vontade de estar com aquela miúda (não sei porque é que eu tenho vontade de partilhar momentos preciosos da minha maravilhosa vida com uma mulher-besta, mas também não vou tentar perceber).
Mas como eu sou um tipo persistente, com carácter e personalidade fortes, ou não, senti necessidade de insistir e compreender a situação.
Pois, foi mesmo o que vocês estão a pensar. Não só consegui duplicar a quantidade de tampas, de seis p’ra doze, como ainda por cima somei mais três. 15!!!
Sim, leram bem. QUINZE tampas de uma mulher só é dose p’ra cavalo. Daqui a pouco cago na cadeira de rodas do Ricardo e ofereço mas é um Ferrari ao moço que o número de tampas já é suficiente. Ninguém merece.
Esperem lá aí. Isto leva um gajo a pensar seriamente na vida. Quer dizer uma tampa, não há crise. A segunda é normal. Sempre achei que as mulheres gostam de chumbar o sentido a um homem antes caírem em tentação. A terceira ainda se mama e a quarta idem, caso a vontade seja mesmo real. Pah…companheiros, à quinta começamos a ficar vermelhos, à sexta mudamos para roxo, à sexta passamos para azul, à sétima esverdeamos, à oitava a paciência já é pouca, à nona a paciência acaba-se e à décima é melhor enfiar o dedo no cú e cheirar porque ali não há pão p’ra malucos.
Mas como eu sou um gajo persistente quando quero alguma coisa e não me canso enquanto não consigo, ainda cheguei à décima quinta, quando a senhora me diz a frase típica que faz um homem arreganhar a cremalheira toda de raiva e dá vontade de lhe arrepelar até a zona púbica:
- “Miguel, eu gosto imenso de ti mas apenas como amigos. Vamos ser amigos e depois logo se vê…”.
AAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!
Isto não pode ser normal. Mas qual amigos? Quero lá saber de amizade enlatada de linha branca Pingo Doce, eu quero é ação mulher. Tás a brincar comigo?
“Vamos ser amigos” é a coisa mais ridícula que uma mulher pode dizer a um homem depois de o ver partir a cara para se declarar. “Depois logo se vê”??? Tipo, mas afinal estas mulheres querem um Homem ou querem um Bull Dog Inglês com pedegree, vacinados e desparasitados, com chip e LOP, tetra-netos de campeões? Daqueles que deitam quando elas mandam, sentam à ordem da dona, aquecem-lhes os pés nas noites de inverno e ainda lhe lambem o sexo quando o vibrador avaria? (Não é que eu me importe com os dois últimos aspetos…só não tenho é pêlos…). E acima de tudo que ande atrás delas sete ou oito anos, ou nove ou dez ou onze, os que forem, porque coitados não tem sentimentos como nós, e quando chegar a época balnear levam um pontapé na peida e ala que se faz tarde?
É impressionante. Bem, escusado será dizer que não houve acordo e amizade com uma mulher fenomenal como aquela só me serve quando o papel higiénico acabar.
E assim ficámos conversados.
E o que mais me faz confusão é o seguinte: Ontem, no arraial da universidade, não havia mulher que não me galasse um minuto que seja. Ora um homem que leva 15 tampas de uma mulher que realmente poderia ter uma oportunidade a sério e se depara com este tipo de situações faz o que??? Ah, já sei, convoca o pessoal mais próximo e realiza um sessão de cinema porno com direito a pipocas e tudo! Tenham dó.
Para terem uma noção, até a Fiona, uma miúda com um défice de tal maneira grande na estética dentária que nem um aparelho conseguia corrigir e uns óculos mais grossos que um cacete africano resolveu ontem puxar conversa.
“Hienas…detesto hienas…”-Pensei eu!
No entanto, a bebedeira ontem já era tanta que cheguei a ponderar o facto de lhe dar um chagazinho. Felizmente o meu “Tomás” não ressuscita ao detetar alguma falta de sensualidade, se não, não sei em que fossa ou barranco iria aqui o Shrek construir ninho com aquela musa da Transilvânia.
Agora digam-me lá uma coisa. Se até aquela miúda, com um grau de miopia altamente desaconselhável até p’ra condutores de veículos de tração animal reparou que eu sou simpático, inteligente, lindo, fofo, um verdadeiro gentleman, com puderes mais impressionantes que os dos heróis do filme “Fantastic 4”, como é que esta abécula me espeta 15 tampas? E ainda tem coragem p’ra me dizer que tenho que chegar às 20?
Definitivamente, isto é de loucos.
Bem pessoal, espero que tenha dado pelo menos p’ra rir um bocadinho, se bem que o meu humor está mais para diarreia em sanita de discoteca do que para cozinha de alto nível.
Agora por humor, gostava que conhecessem dois personagens que recentemente cruzaram a minha vida e com quem vale a pena conviver: Zé o Exorcista e Bono Soromenho – O Power Ranger. Prometo contar aqui uma das suas aventuras assim que me for possível.
Até breve people.
Beijos, Abraços e Muitos Palhaços.