domingo, 29 de maio de 2011
O Mago
Apresento-vos um dos senhores, cuja obra me dá um enorme prazer acompanhar.
Paulo Coelho foi dos primeiros escritores que li. “Verónica decide Morrer”, prendeu-me desde a primeira até à última página e impulsionou a minha leitura de toda a obra do escritor. Em breve falarei de todos os seus livros.
Hoje, porém, apresento-vos a sua biografia da autoria de Fernando Morais, considerado um dos mais notáveis biógrafos brasileiros, intitulada: “O MAGO”.
O Mago conta a incrível história de Paulo Coelho, desde o seu nascimento, até aos dias actuais.
Em 1947, o mundo viu nascer o menino que hoje é conhecido pelo sucesso da sua obra, consagrando-se um dos maiores escritores do mundo. Seria certamente um dia feliz, não fosse o pequeno contratempo de o pequeno/grande Paulo Coelho ter nascido morto.
Cresceu dominado pelo preconceito, pois era um menino feio, magro, frágil e asmático, que constantemente era sovado na escola. A falta de auto-estima resultante da sua falta de brilho, leva Paulo Coelho a passar toda a adolescência mergulhado no maior fracasso com as mulheres, chegando até à idade adulta com apenas uma relação sexual.
O insucesso escolar foi também um ponto fulcral na vida do autor, uma vez que o desinteresse que mostrava pelos estudos obrigaram seus pais, Lygia e Pedro Coelho, um senhora com enorme devoção por Deus e um Engenheiro ambicioso e orgulhoso pela profissão, a mudá-lo de colégio inúmeras vezes, vendo assim, cair por terra o sonho de ver o filho formado num dos melhores estabelecimentos de ensino do Brasil (Santo Inácio) e terminar numa das piores escolas que aprovava os alunos em troca de um pagamento regular dos pais.
A biografia conta ainda que Paulo Coelho se desinteressou completamente por tudo, e que pensava apenas em realizar o seu sonho pessoal: Ser um escritor famoso e respeitado em todo o mundo.
Até aos seus quarenta anos, o sonho do escritor parecia impossível de ser realizado, pois para além perder todos os concursos literários em que se inscreveu, a crítica ao que escrevia não era muito positiva.
O ponto mais polémico da biografia da estrela literária, diz respeito à sexualidade do escritor, uma vez que Fernando Morais conta que Coelho experimentou várias formas de sexo, inclusive relações homossexuais, estando em contacto com homens por três vezes, só conseguindo satisfazer o seu desejo de saber o que era ter relações com pessoas do mesmo sexo na última relação, acabando por concluir que não era aquele o seu caminho. Outro ponto polémico da sexualidade do escritor foi a relação que teve com uma das muitas namoradas que conseguiu ter depois de adulto, em frente à tia muda e paralítica da rapariga.
Paulo Coelho foi bígamo, partilhando um mesmo casamento com duas mulheres e mais um homem.
Foi internado num hospício por três vezes pelo seu pai entre os 15 e os 17 anos, deixou de acreditar em Deus, passando pregar pelo satanismo e envolvendo-se com seitas de magias negras, vindo mais tarde a recuperar a fé em Deus.
Mergulhou no mundo da droga, o qual também resolveu deixar e foi hippy durante um longo período da sua vida.
Chegou a conquistar importantes cargos na Philips do Brasil e revolucionou o panorama do rock Brasileiro, sendo compositor de Raul Seixas, Rita Lee, entre muitos outros, abandonando tudo pelo seu único objectivo: Ser um escritor famoso.
Para mim, a história de vida de Paulo Coelho, é das mais empolgantes que já li.
Parabéns a este senhor.
Boas Leituras
Beijos, Abraços e Muitos Palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Um mês depois.
Bom dia people!
Visto que tenho estado um pouco afastado daqui, vim fazer hoje um ponto da situação.
Faz hoje um mês que saiu para o mundo o meu primeiro romance, Mulheres Coragem.
A aceitação por parte do público tem sido muito boa e as críticas também têm sido muito positivas. Está a ser uma experiência maravilhosa. Nem voçês imaginam o quanto.
Como não tive oportunidade de vos contar como correu a apresentação na Fnac do Vasco da Gama, aqui deixo o balanço positivo do evento e prometo que mais à frente conto tudo mais pormenorizadamente. Neste momento estou a avançar com outros projectos e não quero desviar a minha criatividade para outros temas. Prometo que terão mais novidades em breve, tanto do Mulheres Coragem, como dos outros projectos que estou a preparar.
Quanto às pessoas que me têm abordado na rua para me dar os parabéns, quero deixar aqui os meus mais sinceros agradecimentos.
Quanto às pessoas que me tem perguntado como consigo escrever, uma vez que também elas gostavam de publicar os seus livros, eu apenas posso dar umas dicas, visto que não sou propriamente o escritor mais maduro de todos os tempos.
Em primeiro lugar, não se esqueçam que se não lerem com regularidade, não adianta tentar escrever, pois nunca conseguirão dar continuidade a uma história pretendida e se conseguirem, o miolo da obra vai ter muitas deficiências na estrutura. Portanto, o primeiro passo é ler, ler e ler. Para terem uma noção, eu leio no mínimo seis livros por mês. Pequenos ou grandes, rápidos ou não. São pelo menos 6.
No próximo post, vou apresentar-vos um dos meus principais professores, suas obras e sua vida.
A única forma que tenho de partilhar com vocês a minha pouca experiência na literatura é mostrar-vos o caminho que tenho vindo a percorrer, desde a leitura até à escrita. Talvez se conseguirem seguir os mesmos passos, ganhem capacidade de arrancar no mundo da escrita criativa.
Boas leituras a todos.
Beijos, abraços e muitos palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira
Visto que tenho estado um pouco afastado daqui, vim fazer hoje um ponto da situação.
Faz hoje um mês que saiu para o mundo o meu primeiro romance, Mulheres Coragem.
A aceitação por parte do público tem sido muito boa e as críticas também têm sido muito positivas. Está a ser uma experiência maravilhosa. Nem voçês imaginam o quanto.
Como não tive oportunidade de vos contar como correu a apresentação na Fnac do Vasco da Gama, aqui deixo o balanço positivo do evento e prometo que mais à frente conto tudo mais pormenorizadamente. Neste momento estou a avançar com outros projectos e não quero desviar a minha criatividade para outros temas. Prometo que terão mais novidades em breve, tanto do Mulheres Coragem, como dos outros projectos que estou a preparar.
Quanto às pessoas que me têm abordado na rua para me dar os parabéns, quero deixar aqui os meus mais sinceros agradecimentos.
Quanto às pessoas que me tem perguntado como consigo escrever, uma vez que também elas gostavam de publicar os seus livros, eu apenas posso dar umas dicas, visto que não sou propriamente o escritor mais maduro de todos os tempos.
Em primeiro lugar, não se esqueçam que se não lerem com regularidade, não adianta tentar escrever, pois nunca conseguirão dar continuidade a uma história pretendida e se conseguirem, o miolo da obra vai ter muitas deficiências na estrutura. Portanto, o primeiro passo é ler, ler e ler. Para terem uma noção, eu leio no mínimo seis livros por mês. Pequenos ou grandes, rápidos ou não. São pelo menos 6.
No próximo post, vou apresentar-vos um dos meus principais professores, suas obras e sua vida.
A única forma que tenho de partilhar com vocês a minha pouca experiência na literatura é mostrar-vos o caminho que tenho vindo a percorrer, desde a leitura até à escrita. Talvez se conseguirem seguir os mesmos passos, ganhem capacidade de arrancar no mundo da escrita criativa.
Boas leituras a todos.
Beijos, abraços e muitos palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Fazia-nos falta um Songoku: Ignorância Vs Sabedoria; Maldade Vs Inocência - Parte II
No meu ponto de vista, a interpretação feita daquela série é totalmente baseada na estúpida mania que as pessoas têm de tirar ideias preconcebidas das coisas ou de julgarem as coisas pelo que aparentam ser à primeira vista, sem sequer se preocuparem em ver ser há algo por trás da imagem aparente. E tudo requer uma avaliação obviamente cuidada.
Songoku, espantadíssimo com o seu tom de voz bastante característico (que me dá imensa piada) olha para o lado e pergunta, depois de Kika lhe revelar que ele lhe prometera há muitos anos que se uniriam no altar:
- Krilin, o que é isto de nos unirmos no altar?
Todos os outros caem para o lado.
- Imbecil, unires-te com uma mulher no altar quer dizer casares-te com ela e teres filhos dela e viveres com ela até que a morte os separe.
- Eu prometi isso? Ter filhos? E viver Juntos até que a morte nos separe? Ora essa, mas eu nem sei quem tu és. Podes dizer-me o teu nome? – Pergunta o Songoku.
Ao que a senhora responde: Chamo-me Kika.
É então que Songoku se lembra de ter feito a promessa, quando ainda criancinha, pois numa tarde levava Kika a passear na sua nuvem mágica e toca-lhe com o pezinho na Xôxa.
- Tidhidhidhidhêdhê…
- Oh, nunca mais me toques ouviste?
- Eu sabia que não eras como eu, caso contrário terias gritado…
- Agora que fizeste isso teremos que nos unir no altar.
- Ah sim? E o que me dás em troca? – Pergunta Songoku.
Só ali é que Songoku lhe explica que não sabia o que significava a expressão e que pensava que em troca de se unir no altar ela lhe oferecia um bolo. (Nada mau am Kika? Um bolinho e já vais com sorte).
Bem, como honrado que é (o que hoje em dia há pouco ou nada) o inocente homem resolve cumprir a sua promessa (mesmo sabendo que prometera desconhecendo o significado), pois nunca faltara com a sua palavra.
Ora aqui está uma gigantesca prova de inocência e pureza. Se nos guiássemos pela a cena que acabei de transcrever, poderíamos muitas vezes interpretar a serie com uma lição para as crianças, pois não teriam certamente a maldade de falar dos defeitos dos amigos cada vez que algum abandonasse a mesa do bar que ocupavam, e dizer aos filhinhos: “Vês filho, o songoku nunca falaria mal dos outros, pois ele é puro…” - Boa?
Outra coisa que me impressiona é o facto de dizerem que é muito violento. É violento, pois mais uma vez estamos a olhar para a primeira aparência. Poderá ser muito mais que isso. Para mim, aquilo chama-se destreza na luta, perfeição, ou domínio de uma técnica ou ofício.
Se não reparem bem, o Songoku não sabe o que é o casamento, mas luta maravilhosamente. Certamente uma coisa completa a outra, pois para dominar tão bem, as técnicas das artes marciais, não pode prestar atenção à vida dos outros ou à vida em geral e concentra-se unicamente em aprender a lutar que é o que lhe interessa. (Depois o coitado passa barracas daquelas de ser pedido em casamento, no meio de um torneio de artes marciais e nem sequer sabia o que era casamento. Eu acho que atafulhava a cara num balde de bosta. Mas isso é outra história).
Conclusão, se todos o gaiatos naquela mesa, dominassem um assunto que lhes interessasse, já não sentiam necessidade de falar mal dos amiguinhos por falta de assunto. Um falava de arroz e o outro falava de loiças de sanitas, por exemplo. E assim as mamãs poderiam dizer: “Tens que saber tanto de qualquer coisa como o Songoku, para depois falares com os teus amigos”.
E assim já tínhamos os dois problemas que vos valei no início deste texto resolvidos:
- A falta de assunto/cultura das pessoas, que passam o tempo a fazer nada e a preocupar-se com o que não devem em vez de se tentarem cultivar/informar. (Songoku não se preocupa com nada a não ser aprender artes marciais, logo sabe falar delas).
- A maldade das pessoas, que como não tem assunto, fazem nada mais nada menos que aquilo que os acima citados fizeram. Sentem necessidade de enxovalhar o próximo. Neste caso, os amigos. (Songoku não falaria mal dos amigos pois não tem maldade, é puro).
Agora esta parte dos amigos deu-me outro clic.
Está claro que irei postar uma continuação deste texto. “Fazia-nos falta um Songoku -A (In)Amizade .”
Beijos, Abraços e muitos Palhaços.
Por Miguel Brito de Oliveira
Songoku, espantadíssimo com o seu tom de voz bastante característico (que me dá imensa piada) olha para o lado e pergunta, depois de Kika lhe revelar que ele lhe prometera há muitos anos que se uniriam no altar:
- Krilin, o que é isto de nos unirmos no altar?
Todos os outros caem para o lado.
- Imbecil, unires-te com uma mulher no altar quer dizer casares-te com ela e teres filhos dela e viveres com ela até que a morte os separe.
- Eu prometi isso? Ter filhos? E viver Juntos até que a morte nos separe? Ora essa, mas eu nem sei quem tu és. Podes dizer-me o teu nome? – Pergunta o Songoku.
Ao que a senhora responde: Chamo-me Kika.
É então que Songoku se lembra de ter feito a promessa, quando ainda criancinha, pois numa tarde levava Kika a passear na sua nuvem mágica e toca-lhe com o pezinho na Xôxa.
- Tidhidhidhidhêdhê…
- Oh, nunca mais me toques ouviste?
- Eu sabia que não eras como eu, caso contrário terias gritado…
- Agora que fizeste isso teremos que nos unir no altar.
- Ah sim? E o que me dás em troca? – Pergunta Songoku.
Só ali é que Songoku lhe explica que não sabia o que significava a expressão e que pensava que em troca de se unir no altar ela lhe oferecia um bolo. (Nada mau am Kika? Um bolinho e já vais com sorte).
Bem, como honrado que é (o que hoje em dia há pouco ou nada) o inocente homem resolve cumprir a sua promessa (mesmo sabendo que prometera desconhecendo o significado), pois nunca faltara com a sua palavra.
Ora aqui está uma gigantesca prova de inocência e pureza. Se nos guiássemos pela a cena que acabei de transcrever, poderíamos muitas vezes interpretar a serie com uma lição para as crianças, pois não teriam certamente a maldade de falar dos defeitos dos amigos cada vez que algum abandonasse a mesa do bar que ocupavam, e dizer aos filhinhos: “Vês filho, o songoku nunca falaria mal dos outros, pois ele é puro…” - Boa?
Outra coisa que me impressiona é o facto de dizerem que é muito violento. É violento, pois mais uma vez estamos a olhar para a primeira aparência. Poderá ser muito mais que isso. Para mim, aquilo chama-se destreza na luta, perfeição, ou domínio de uma técnica ou ofício.
Se não reparem bem, o Songoku não sabe o que é o casamento, mas luta maravilhosamente. Certamente uma coisa completa a outra, pois para dominar tão bem, as técnicas das artes marciais, não pode prestar atenção à vida dos outros ou à vida em geral e concentra-se unicamente em aprender a lutar que é o que lhe interessa. (Depois o coitado passa barracas daquelas de ser pedido em casamento, no meio de um torneio de artes marciais e nem sequer sabia o que era casamento. Eu acho que atafulhava a cara num balde de bosta. Mas isso é outra história).
Conclusão, se todos o gaiatos naquela mesa, dominassem um assunto que lhes interessasse, já não sentiam necessidade de falar mal dos amiguinhos por falta de assunto. Um falava de arroz e o outro falava de loiças de sanitas, por exemplo. E assim as mamãs poderiam dizer: “Tens que saber tanto de qualquer coisa como o Songoku, para depois falares com os teus amigos”.
E assim já tínhamos os dois problemas que vos valei no início deste texto resolvidos:
- A falta de assunto/cultura das pessoas, que passam o tempo a fazer nada e a preocupar-se com o que não devem em vez de se tentarem cultivar/informar. (Songoku não se preocupa com nada a não ser aprender artes marciais, logo sabe falar delas).
- A maldade das pessoas, que como não tem assunto, fazem nada mais nada menos que aquilo que os acima citados fizeram. Sentem necessidade de enxovalhar o próximo. Neste caso, os amigos. (Songoku não falaria mal dos amigos pois não tem maldade, é puro).
Agora esta parte dos amigos deu-me outro clic.
Está claro que irei postar uma continuação deste texto. “Fazia-nos falta um Songoku -A (In)Amizade .”
Beijos, Abraços e muitos Palhaços.
Por Miguel Brito de Oliveira
terça-feira, 3 de maio de 2011
Fazia-nos falta um Songoku: Ignorância Vs Sabedoria; Maldade Vs Inocência. - Parte I
Muitas são a situações em que sinto pena das pessoas. Sim, foi precisamente isso que vocês leram. E dizem vocês, logo no início do post: Oh Miguel, isto lá são maneira de se começar a dissertar?
É rude, mas passo a explicar. Para quem não sabe, eu sou fanático pelo Dragon Ball, Dragon Ball Z e Dragon Ball GT. Não perco um episódio e já vi as series mais que uma vez. Sinceramente, não compreendo a implicância das mães com aquela série e digo mais, para mim, a maneira como os papás atentos interpretam a mensagem que os episódios nos transmitem, partem da cultura de cada um. Não stressem, eu explico o meu raciocínio mais à frente.
Como ia dizer, estava eu há poucos dias a ver, salvo erro, o episódio 126, quando faço uma interpretação daquela cena, completamente alucinante. Aliás, alucinante é pouco. Senti uma tremenda necessidade de defender a ideia de que o grande problema que temos na nossa sociedade é a falta de um ou mais Songokus. Calma que não quero ver tudo à batatada e a fazer o Kamêhamê. O objectivo é outro.
E porque digo eu isto? Porque há uns dias atrás, mais propriamente num dia de fim-de-semana, senti-me de veras incomodado, com a falta de beleza da sociedade. É que quanto mais vivo, mas acho as pessoas foleiras à força toda. Muitas vezes pensei em abrir uma loja de produtos de beleza para ver ser conseguia disfarçar a falta de beleza que a nossa sociedade tem hoje, mas cheguei à conclusão que era um bocadinho de nada “panilhas”. Continuando. Estava eu num bar à noite (cada vez me convenço mais que é melhor deixar a vida noturna), encostado ou semi-sentado, como preferirem, de costas, claro, para as pessoas que ali estavam sentadas, que não enxergavam que àquela hora da noite, as mesas já deveriam estar encostadas à parede, pois a hora do café já havia passado há muito e as pessoas já se estavam a sentir sufocadas (de tal maneira que me tive que sentar na mesa, de modo a permitir que as pessoas que estavam à minha frente passassem), tamanho era o estorvo que as mesas ali estavam a provocar, dado ao espaço, um tanto ou quanto reduzido do bar. Mas não foi isso que me incomodou. Sabem que o pilinhas é um tipo de costas largas. Mais largas do que a mísera largura daquele bar.
O problema daquela situação, foi que, raparei, na conversa das/os ocupantes da mesa. Peço desculpa por ter o ouvido apurado de mais ou peçam-se desculpa a vocês próprios por não ter um tom de voz absolutamente nada controlado.
Acontece que, à medida que algum elemento se levantava daquela mesa (não percebi como é que estavam a aguentar tanto tempo com a quantidade de vezes que os brindei com os meus gases lacrimogéneos, numa tentativa desesperada de os fazer perceber que era melhor levantarem-se. Devia pairar um fedor no ar daquela mesa que nem vos conto nada), era fortemente apunhalado com conversas completamente desnecessárias. Mas, reparem bem, que quando eu digo “à medida que algum elemento se levantava daquela mesa” eu estou a referir-me a todos eles à excepção dos últimos dois.
Estes dois tiveram a sorte de me fazer passar da rosca e levar com um descarado peido, com direito a buzina e tudo. Garanto-vos que perceberam o recado. Levantaram-se da mesa e foram-se. Ou muito me engano, ou o último pronunciou a junção de palavras “Mal-educado” quando passou por mim, o que me deixou de veras a bater naquele assunto.
Ora digam-me cá, eu levo uma noite inteira a ouvir uma quantidade de marmanjos que nem cara tinham ainda para levar um tabefe a dizer mal dos amigos que se levantavam e, deixem-me ver se percebi, o mal-educado sou eu porque os tentei fazer enxergar-se? Tenham a santa paciência, mas levaram com a meia dúzia de peidos que é para irem falar mal das suas santas tias.
Agora vejam se acompanham o meu raciocínio. É precisamente isto que se passa na nossa sociedade e muitas vezes nós não nos damos conta. Por um lado está a falta de assunto/cultura das pessoas, que passam o tempo a fazer nada e a preocupar-se com o que não devem em vez de se tentarem cultivar/informar. Depois acontece que, chegam aos bares, café e outros locais de convívio social e não tem assunto para debater. Por outro lado, está a maldade das pessoas, que como não tem assunto, fazem nada mais nada menos que aquilo que os acima citados fizeram. Sentem necessidade de enxovalhar o próximo. Neste caso, os amigos. (Ou não). – Esta parte mostra claramente que a falta de beleza das pessoas não está na imagem, mas na podridão que carregam. Enfim, talvez seja melhor trocar a loja de cosméticos por um laboratório de fármacos anti-ignorância. Se calar até que dava dinheiro.
Tendo em conta a idade que aquelas criaturas aparentavam (deviam ter cerca de 16 aninhos), o que sinceramente não é desculpa pois, se são assim agora alguém tem que mudar-lhes a maneira de pensar (o que a maior parte das vezes não acontece), para não virem a tornar-se pessoas com alto défice de formação cívica e alto teor de ignorância, a culpa parte inteiramente das famílias. (Mais uma prova de que também os adultos são assim, pois as crianças seguem os exemplos que tem em casa).
Ora depois, escuto eu cenas, que me apetece unicamente atirar-me de cachola ao meu interlocutor e arrepelar-lhe a zona púbica de forma a deixar esta gente sem nem um pintelho. E refiro-me a quê? Alguns dias antes desta situação que aqui descrevi, tive a oportunidade de falar com a progenitora de um dos gaiatos que estavam ao redor daquela mesa. A dita senhora, queixava-se profundamente que tinha receio que os seus filhos mais novos vissem o Dragon Ball, pois era demasiadamente violento. Meus amigos, é a isto que eu chamo de falta de cultura ou profunda ignorância. No meu ponto de vista, a interpretação feita daquela série é totalmente baseada na estúpida mania que as pessoas têm de tirar ideias preconcebidas das coisas ou de julgarem as coisas pelo que aparentam ser à primeira vista, sem sequer se preocuparem em ver ser há algo por trás da imagem aparente. E tudo requer uma avaliação obviamente cuidada.
(Ainda esta semana vou postar a II Parte)
Beijos e Abraços e Muitos Palhaços
Por: Miguel Brito de Oliveira
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Lançamento Mulheres Coragem - Parte II
A apresentação da obra começou com o discurso da jornalista Madalena Palma. São escusadas apresentações, pois a senhora fez furor entre os presentes (que não eram poucos). Ora a pedido de muitas famílias, aqui está o discurso que tanta gente deixou de lágrima no olho:
Boa tarde, antes de mais obrigada a todos por estarem aqui a acompanhar esta apresentação.
Prometo ser breve.
Estava à mesa do café, com os amigos que aqui hoje me acompanham e recebo um telefonema d Miguel, que numa linguagem muito própria dele me disse “Escrevi um livro e tens de ser tu a apresentá-lo”. Depois de alguns segundos a tentar recompor-me, sim porque se o Miguel me dissesse que ia fazer uma viagem à boleia pela Europa ou que ia abrir um restaurante de comida do Tibete, eu não acharia tão inesperado, aceitei.
Um acto de coragem. Aceitar um livro sem antes o ler. Mas era o Miguel.
Lembro-me de quando o conheci. O Miguel procurava um estágio na rádio onde eu trabalhava. Foi lá imensas vezes. Sem o conhecer, mas observando a sua persistência, e vendo que no brilho dos olhos trazia sonhos que não cabem num só ser humano disse-lhe “Não desistas”. Não desistiu e entrou.Aquela casa, enquanto ele lá esteve, nunca mais foi a mesma. As suas gargalhadas faziam oscilar ainda mais aquele prédio de onze andares.
E pronto, já chega de lamechices e vamos falar do livro e da sua personagem: a Rita.
“Pela primeira vez olhou para si com atenção. Foi a primeira vez que reparou que tinha alma dentro do corpo, que tinha um coração a bater-lhe no peito. Foi a primeira vez que vio a mulher linda que se tinha tornado. A pele morena arrepiada e o cabelo caído pelos ombros dava-lhe um toque sensual. A maquilhagens em tons leves de roxo davam-lhe um ar devastador. Os 16 anos de idade davam-lhe um ar súbtil. Percebeu que não precisava fazer grande esforço para cumprir estas duas regras fundamentais. Emocionou-se por se encontrar com toda a beleza feminina que tinha nascido em si. Nunca tinha tomado consciência, nos tempos de aldeia de como era bonita. Percebeu-se parecida com a mãe.” – In Mulheres Coragem, 2011.
A Rita cortou o cordão umbilical e partiu. Tudo o que fez foi com o único objectivo de cumprir o último desejo do pai. Foi mulher de uma coragem atroz e de uma perseverança que a levou a percorrer o desconhecido e a abandonar-se, ao ponto de deixar sempre para último o seu bem estar. Com ela cruzaram-se homens e mulheres que lhe criaram ainda mais dificuldades ou que a impulsionaram a cumprir o seu objectivo.
Ao longo da história, a Rita cresceu, amadureceu. A dada altura, é impressionante o peso que a sua personagem nos transmite. A angústia é amenizada com as paisagens e os cheiros de África que o Miguel tão bem descreve.
Esta não é uma história de amor e carregada de lugares comuns em que ao longo do livro nos prendemos a este ciclo vicioso na espera de um final feliz. Apaixonamo-nos, sim, é pela sua luta e determinação.
A Rita sim, é uma mulher de coragem como muitas outras que compõem a história.
Mas a coragem não é uma característica unicamente feminina.
A coragem é um forte desejo de viver e é isso qe caracteriza o ser humano.
Miguel, que seja com mais actos de coragem como este que continues a pautar a tua vida.
Madalena Palma, 23 de Abril de 2011
E eu agradeço à Madalena do fundo do coração, pois sei o exemplo de Mulher Coragem que ela é, mas como sou egoísta não vos vou contar o porquê.
A apresentação seguiu-se com a apresentação do livro do 1º Sargento José Carlos Baião. Infelizmente a nossa redacção não teve acesso ao documento, mas posso garantir-vos que defendeu muito bem o livro cuja co-apresentação estava a seu cargo.
E seguidamente fui eu. Pois está claro. Bem palavras para quê? Mais sabem voçês que eu sou sempre aquela base. Formalismos, poucos, descontração com fartura, sorrisos e gargalhadas e ainda umas quantas lágrimas à mistura. E foram momentos como este que marcaram o lançamento do meu primeiro romance. Só voz digo que valeu muito a pena, e que o Mulheres Coragem está a dar muitos frutos pelo país fora. Em Julho próximo tenho mais novidades. Obrigado a todos e não percam o próximo post deste blog.
Beijos e Abraços e Muitos Palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira
Boa tarde, antes de mais obrigada a todos por estarem aqui a acompanhar esta apresentação.
Prometo ser breve.
Estava à mesa do café, com os amigos que aqui hoje me acompanham e recebo um telefonema d Miguel, que numa linguagem muito própria dele me disse “Escrevi um livro e tens de ser tu a apresentá-lo”. Depois de alguns segundos a tentar recompor-me, sim porque se o Miguel me dissesse que ia fazer uma viagem à boleia pela Europa ou que ia abrir um restaurante de comida do Tibete, eu não acharia tão inesperado, aceitei.
Um acto de coragem. Aceitar um livro sem antes o ler. Mas era o Miguel.
Lembro-me de quando o conheci. O Miguel procurava um estágio na rádio onde eu trabalhava. Foi lá imensas vezes. Sem o conhecer, mas observando a sua persistência, e vendo que no brilho dos olhos trazia sonhos que não cabem num só ser humano disse-lhe “Não desistas”. Não desistiu e entrou.Aquela casa, enquanto ele lá esteve, nunca mais foi a mesma. As suas gargalhadas faziam oscilar ainda mais aquele prédio de onze andares.
E pronto, já chega de lamechices e vamos falar do livro e da sua personagem: a Rita.
“Pela primeira vez olhou para si com atenção. Foi a primeira vez que reparou que tinha alma dentro do corpo, que tinha um coração a bater-lhe no peito. Foi a primeira vez que vio a mulher linda que se tinha tornado. A pele morena arrepiada e o cabelo caído pelos ombros dava-lhe um toque sensual. A maquilhagens em tons leves de roxo davam-lhe um ar devastador. Os 16 anos de idade davam-lhe um ar súbtil. Percebeu que não precisava fazer grande esforço para cumprir estas duas regras fundamentais. Emocionou-se por se encontrar com toda a beleza feminina que tinha nascido em si. Nunca tinha tomado consciência, nos tempos de aldeia de como era bonita. Percebeu-se parecida com a mãe.” – In Mulheres Coragem, 2011.
A Rita cortou o cordão umbilical e partiu. Tudo o que fez foi com o único objectivo de cumprir o último desejo do pai. Foi mulher de uma coragem atroz e de uma perseverança que a levou a percorrer o desconhecido e a abandonar-se, ao ponto de deixar sempre para último o seu bem estar. Com ela cruzaram-se homens e mulheres que lhe criaram ainda mais dificuldades ou que a impulsionaram a cumprir o seu objectivo.
Ao longo da história, a Rita cresceu, amadureceu. A dada altura, é impressionante o peso que a sua personagem nos transmite. A angústia é amenizada com as paisagens e os cheiros de África que o Miguel tão bem descreve.
Esta não é uma história de amor e carregada de lugares comuns em que ao longo do livro nos prendemos a este ciclo vicioso na espera de um final feliz. Apaixonamo-nos, sim, é pela sua luta e determinação.
A Rita sim, é uma mulher de coragem como muitas outras que compõem a história.
Mas a coragem não é uma característica unicamente feminina.
A coragem é um forte desejo de viver e é isso qe caracteriza o ser humano.
Miguel, que seja com mais actos de coragem como este que continues a pautar a tua vida.
Madalena Palma, 23 de Abril de 2011
E eu agradeço à Madalena do fundo do coração, pois sei o exemplo de Mulher Coragem que ela é, mas como sou egoísta não vos vou contar o porquê.
A apresentação seguiu-se com a apresentação do livro do 1º Sargento José Carlos Baião. Infelizmente a nossa redacção não teve acesso ao documento, mas posso garantir-vos que defendeu muito bem o livro cuja co-apresentação estava a seu cargo.
E seguidamente fui eu. Pois está claro. Bem palavras para quê? Mais sabem voçês que eu sou sempre aquela base. Formalismos, poucos, descontração com fartura, sorrisos e gargalhadas e ainda umas quantas lágrimas à mistura. E foram momentos como este que marcaram o lançamento do meu primeiro romance. Só voz digo que valeu muito a pena, e que o Mulheres Coragem está a dar muitos frutos pelo país fora. Em Julho próximo tenho mais novidades. Obrigado a todos e não percam o próximo post deste blog.
Beijos e Abraços e Muitos Palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira
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