terça-feira, 3 de maio de 2011
Fazia-nos falta um Songoku: Ignorância Vs Sabedoria; Maldade Vs Inocência. - Parte I
Muitas são a situações em que sinto pena das pessoas. Sim, foi precisamente isso que vocês leram. E dizem vocês, logo no início do post: Oh Miguel, isto lá são maneira de se começar a dissertar?
É rude, mas passo a explicar. Para quem não sabe, eu sou fanático pelo Dragon Ball, Dragon Ball Z e Dragon Ball GT. Não perco um episódio e já vi as series mais que uma vez. Sinceramente, não compreendo a implicância das mães com aquela série e digo mais, para mim, a maneira como os papás atentos interpretam a mensagem que os episódios nos transmitem, partem da cultura de cada um. Não stressem, eu explico o meu raciocínio mais à frente.
Como ia dizer, estava eu há poucos dias a ver, salvo erro, o episódio 126, quando faço uma interpretação daquela cena, completamente alucinante. Aliás, alucinante é pouco. Senti uma tremenda necessidade de defender a ideia de que o grande problema que temos na nossa sociedade é a falta de um ou mais Songokus. Calma que não quero ver tudo à batatada e a fazer o Kamêhamê. O objectivo é outro.
E porque digo eu isto? Porque há uns dias atrás, mais propriamente num dia de fim-de-semana, senti-me de veras incomodado, com a falta de beleza da sociedade. É que quanto mais vivo, mas acho as pessoas foleiras à força toda. Muitas vezes pensei em abrir uma loja de produtos de beleza para ver ser conseguia disfarçar a falta de beleza que a nossa sociedade tem hoje, mas cheguei à conclusão que era um bocadinho de nada “panilhas”. Continuando. Estava eu num bar à noite (cada vez me convenço mais que é melhor deixar a vida noturna), encostado ou semi-sentado, como preferirem, de costas, claro, para as pessoas que ali estavam sentadas, que não enxergavam que àquela hora da noite, as mesas já deveriam estar encostadas à parede, pois a hora do café já havia passado há muito e as pessoas já se estavam a sentir sufocadas (de tal maneira que me tive que sentar na mesa, de modo a permitir que as pessoas que estavam à minha frente passassem), tamanho era o estorvo que as mesas ali estavam a provocar, dado ao espaço, um tanto ou quanto reduzido do bar. Mas não foi isso que me incomodou. Sabem que o pilinhas é um tipo de costas largas. Mais largas do que a mísera largura daquele bar.
O problema daquela situação, foi que, raparei, na conversa das/os ocupantes da mesa. Peço desculpa por ter o ouvido apurado de mais ou peçam-se desculpa a vocês próprios por não ter um tom de voz absolutamente nada controlado.
Acontece que, à medida que algum elemento se levantava daquela mesa (não percebi como é que estavam a aguentar tanto tempo com a quantidade de vezes que os brindei com os meus gases lacrimogéneos, numa tentativa desesperada de os fazer perceber que era melhor levantarem-se. Devia pairar um fedor no ar daquela mesa que nem vos conto nada), era fortemente apunhalado com conversas completamente desnecessárias. Mas, reparem bem, que quando eu digo “à medida que algum elemento se levantava daquela mesa” eu estou a referir-me a todos eles à excepção dos últimos dois.
Estes dois tiveram a sorte de me fazer passar da rosca e levar com um descarado peido, com direito a buzina e tudo. Garanto-vos que perceberam o recado. Levantaram-se da mesa e foram-se. Ou muito me engano, ou o último pronunciou a junção de palavras “Mal-educado” quando passou por mim, o que me deixou de veras a bater naquele assunto.
Ora digam-me cá, eu levo uma noite inteira a ouvir uma quantidade de marmanjos que nem cara tinham ainda para levar um tabefe a dizer mal dos amigos que se levantavam e, deixem-me ver se percebi, o mal-educado sou eu porque os tentei fazer enxergar-se? Tenham a santa paciência, mas levaram com a meia dúzia de peidos que é para irem falar mal das suas santas tias.
Agora vejam se acompanham o meu raciocínio. É precisamente isto que se passa na nossa sociedade e muitas vezes nós não nos damos conta. Por um lado está a falta de assunto/cultura das pessoas, que passam o tempo a fazer nada e a preocupar-se com o que não devem em vez de se tentarem cultivar/informar. Depois acontece que, chegam aos bares, café e outros locais de convívio social e não tem assunto para debater. Por outro lado, está a maldade das pessoas, que como não tem assunto, fazem nada mais nada menos que aquilo que os acima citados fizeram. Sentem necessidade de enxovalhar o próximo. Neste caso, os amigos. (Ou não). – Esta parte mostra claramente que a falta de beleza das pessoas não está na imagem, mas na podridão que carregam. Enfim, talvez seja melhor trocar a loja de cosméticos por um laboratório de fármacos anti-ignorância. Se calar até que dava dinheiro.
Tendo em conta a idade que aquelas criaturas aparentavam (deviam ter cerca de 16 aninhos), o que sinceramente não é desculpa pois, se são assim agora alguém tem que mudar-lhes a maneira de pensar (o que a maior parte das vezes não acontece), para não virem a tornar-se pessoas com alto défice de formação cívica e alto teor de ignorância, a culpa parte inteiramente das famílias. (Mais uma prova de que também os adultos são assim, pois as crianças seguem os exemplos que tem em casa).
Ora depois, escuto eu cenas, que me apetece unicamente atirar-me de cachola ao meu interlocutor e arrepelar-lhe a zona púbica de forma a deixar esta gente sem nem um pintelho. E refiro-me a quê? Alguns dias antes desta situação que aqui descrevi, tive a oportunidade de falar com a progenitora de um dos gaiatos que estavam ao redor daquela mesa. A dita senhora, queixava-se profundamente que tinha receio que os seus filhos mais novos vissem o Dragon Ball, pois era demasiadamente violento. Meus amigos, é a isto que eu chamo de falta de cultura ou profunda ignorância. No meu ponto de vista, a interpretação feita daquela série é totalmente baseada na estúpida mania que as pessoas têm de tirar ideias preconcebidas das coisas ou de julgarem as coisas pelo que aparentam ser à primeira vista, sem sequer se preocuparem em ver ser há algo por trás da imagem aparente. E tudo requer uma avaliação obviamente cuidada.
(Ainda esta semana vou postar a II Parte)
Beijos e Abraços e Muitos Palhaços
Por: Miguel Brito de Oliveira