quarta-feira, 4 de maio de 2011

Fazia-nos falta um Songoku: Ignorância Vs Sabedoria; Maldade Vs Inocência - Parte II

No meu ponto de vista, a interpretação feita daquela série é totalmente baseada na estúpida mania que as pessoas têm de tirar ideias preconcebidas das coisas ou de julgarem as coisas pelo que aparentam ser à primeira vista, sem sequer se preocuparem em ver ser há algo por trás da imagem aparente. E tudo requer uma avaliação obviamente cuidada.

Songoku, espantadíssimo com o seu tom de voz bastante característico (que me dá imensa piada) olha para o lado e pergunta, depois de Kika lhe revelar que ele lhe prometera há muitos anos que se uniriam no altar:
- Krilin, o que é isto de nos unirmos no altar?
Todos os outros caem para o lado.
- Imbecil, unires-te com uma mulher no altar quer dizer casares-te com ela e teres filhos dela e viveres com ela até que a morte os separe.
- Eu prometi isso? Ter filhos? E viver Juntos até que a morte nos separe? Ora essa, mas eu nem sei quem tu és. Podes dizer-me o teu nome? – Pergunta o Songoku.
Ao que a senhora responde: Chamo-me Kika.
É então que Songoku se lembra de ter feito a promessa, quando ainda criancinha, pois numa tarde levava Kika a passear na sua nuvem mágica e toca-lhe com o pezinho na Xôxa.
- Tidhidhidhidhêdhê…
- Oh, nunca mais me toques ouviste?
- Eu sabia que não eras como eu, caso contrário terias gritado…
- Agora que fizeste isso teremos que nos unir no altar.
- Ah sim? E o que me dás em troca? – Pergunta Songoku.
Só ali é que Songoku lhe explica que não sabia o que significava a expressão e que pensava que em troca de se unir no altar ela lhe oferecia um bolo. (Nada mau am Kika? Um bolinho e já vais com sorte).
Bem, como honrado que é (o que hoje em dia há pouco ou nada) o inocente homem resolve cumprir a sua promessa (mesmo sabendo que prometera desconhecendo o significado), pois nunca faltara com a sua palavra.
Ora aqui está uma gigantesca prova de inocência e pureza. Se nos guiássemos pela a cena que acabei de transcrever, poderíamos muitas vezes interpretar a serie com uma lição para as crianças, pois não teriam certamente a maldade de falar dos defeitos dos amigos cada vez que algum abandonasse a mesa do bar que ocupavam, e dizer aos filhinhos: “Vês filho, o songoku nunca falaria mal dos outros, pois ele é puro…” - Boa?
Outra coisa que me impressiona é o facto de dizerem que é muito violento. É violento, pois mais uma vez estamos a olhar para a primeira aparência. Poderá ser muito mais que isso. Para mim, aquilo chama-se destreza na luta, perfeição, ou domínio de uma técnica ou ofício.
Se não reparem bem, o Songoku não sabe o que é o casamento, mas luta maravilhosamente. Certamente uma coisa completa a outra, pois para dominar tão bem, as técnicas das artes marciais, não pode prestar atenção à vida dos outros ou à vida em geral e concentra-se unicamente em aprender a lutar que é o que lhe interessa. (Depois o coitado passa barracas daquelas de ser pedido em casamento, no meio de um torneio de artes marciais e nem sequer sabia o que era casamento. Eu acho que atafulhava a cara num balde de bosta. Mas isso é outra história).
Conclusão, se todos o gaiatos naquela mesa, dominassem um assunto que lhes interessasse, já não sentiam necessidade de falar mal dos amiguinhos por falta de assunto. Um falava de arroz e o outro falava de loiças de sanitas, por exemplo. E assim as mamãs poderiam dizer: “Tens que saber tanto de qualquer coisa como o Songoku, para depois falares com os teus amigos”.
E assim já tínhamos os dois problemas que vos valei no início deste texto resolvidos:

- A falta de assunto/cultura das pessoas, que passam o tempo a fazer nada e a preocupar-se com o que não devem em vez de se tentarem cultivar/informar. (Songoku não se preocupa com nada a não ser aprender artes marciais, logo sabe falar delas).

- A maldade das pessoas, que como não tem assunto, fazem nada mais nada menos que aquilo que os acima citados fizeram. Sentem necessidade de enxovalhar o próximo. Neste caso, os amigos. (Songoku não falaria mal dos amigos pois não tem maldade, é puro).
Agora esta parte dos amigos deu-me outro clic.
Está claro que irei postar uma continuação deste texto. “Fazia-nos falta um Songoku -A (In)Amizade .”


Beijos, Abraços e muitos Palhaços.

Por Miguel Brito de Oliveira