Pessoal, supostamente era para não postar mais aqui antes do dia de amanhã. No entanto, há coisas que me acontecem na vida que não dá para não partilhar.
Como devem compreender, aguardo ansiosamente pelo lançamento do Mulheres Coragem (espero por vocês amanhã pelas 16 horas na Feira do Livro de Moura), sentimento normal para um rapazinho que vai colocar um marco na história da sua vida. Depois do almoço, resolvi sair de casa. Pensei que talvez um café com a malta me ajudasse a descontrair.
Fui ao “República”, como é habitual, curtir a minha ressaca (de tal maneira aflitiva que nem tenho alentos para me lamber), pois ontem fui comemorar. E perguntam vocês e bem: Foste comemorar o quê Miguel? – Não sei. Mas fui comemorar. E sinceramente, não me perguntem se a comemoração foi boa, pois o único momento da noite que me recordo, foi de dar uma dentadinha no hambúrger da Lúcia Apolo. Dentadinha é favor, claro. Arranquei um pedaço tal da merenda da moça que senti-lhe o sangue a subir a cara. Como educada que é, a minha amiga ainda me perguntou se queria mais. Achei de bom-tom responder que não, embora a minha fome desse para comer três hambúrgers daqueles e descuidasse-se ela, ainda lhe dava uma dentada no dedo gordo. Enfim, há que manter a postura.
Ora como eu ia contando, a determinada altura da minha terapia de descontração - meu convivo social – eis que surge na mesa uma conversa extremamente produtiva no que toca à actividade tabágica.
A minha bolachinha Óreo (Ana Raquel Matos), resolve ensinar-me a fazer cigarros de enrolar. Não consigo compreender porque insisto eu em aprender qualquer oficio ligado ao ramo do tabagismo, se já me prometi a mim mesmo que iria continuar a minha abstenção que durou cerca de nove meses. No entanto, prestava-lhe eu a maior atenção do mundo, quando ela resolve utilizar três vocábulos interessantíssimos para qualquer estudioso de linguas latinas: “Olha, fazes assim: Txuca-Txuca Pátxá!” - Ah tá! Alguém compreendeu? Pois, era o que eu previa. Também, o que é que eu estava à espera de uma lição ministrada por um bolacha? Só doidos é que ainda vão atrás daquela cabeça.
Tendo gostado da construção de cigarros de enrolar, através de uma artimanha que algum inteligente se lembrou de inventar, mas que tem um nome nada apropriado para aquele objecto. “Maquina de fazer cigarros”. No meu ponto de vista, aquela giringonça tem aspeto de tudo, menos de máquina. Mas continuemos…
Saí do bar acompanhado pela amiga Celeste Cortez e, animadíssimos com a nossa nova descoberta, fomos à loja do oriente da rua Serpa Pinto, comprar o tal objecto.
Agora reparem bem numa coisa: Cheguei a casa há sensivelmente 30 minuto, dos quais dediquei 15 ao famoso objecto, tentando deseperadamente concretizar o meu desejo.
Uma tentativa e nada. O cigarro saiu todo desmanchado. Duas tentativas e nada. A máquina nem se deu ao luxo de fechar. Três tentativas e nada. Bem…se eu vos disser que tentei pelo menos vinte vezes sem sucesso, não estou certamente a exagerar. Depois de muito me esforçar para tentar alcançar o meu objectivo, surgem-me inesperadamente, como uma lufada de ar fresco, ou uma consequência de compaixão do além, as três palavrinhas mágicas: Txuca-Txuca Pátxá.
Desesperado já eu estava, não imaginam vocês o quanto, e sem conseguir encontrar a ciência daquilo, resolvi armar-me em esquizofrénico, ou algo que se pareça e arrisquei.
Coloquei o tabaco e respectivo filtro no lugar para esse fim destinado e repeti em alto: Txuca. Coloquei seguidamente a mortalha no seu lugar e repeti novamente aquela espécie de palavra em alto: Txuca. Terminadas as duas operações, fechei a máquina e pronunciei em voz alta: Pátxá.
Tão não é que a merda do cigarro me saiu bem feito?
Sinceramente, quando eu penso que já vi tudo, aparece-me sempre alguma p’ra me deixar intrigado com o raio do sentido da vida.
Bem minha gente, seja por superstição, por graça, ou por qualquer outro motivo, quando não conseguirem alcançar um qualquer objectivo nas vossas vidas, experimente repetir bem alto: Txuca-Txuca Pátxá.
Talvez por magia vos apareça o Bento XVI sentado na sanita da vossa casa.
Espero por vocês amanhã pessoal. Um muito obrigado a todos.
Boas leituras.
Beijos, Abraços e muitos palhaços.
Por: Miguel Brito de Oliveira